quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

INTRODUÇÃO


O número de praticantes de atividades físicas aquáticas vem tornando-se cada vez mais expressivo ao longo dos anos, incluindo tanto indivíduos saudáveis quanto pessoas com necessidades especiais (KRUEL,2002). Embora os prazeres e benefícios do trabalho aquático tenham sido descobertos há vários séculos, somente nos últimos anos mostraram-se amplamente divulgados e popularizados.A física é uma ciência que tradicionalmente se desenvolveu com constância e com uma produção científica altamente significativa. Logo,a hidrostática, hidrodinâmica e termodinâmica, áreas da física que fundamentam a atividade física aquática, acompanharam este desenvolvimento (CAROMANO e NOWOTNY, 2003).Os efeitos fisiológicos podem somar-se aos desencadeados pela prática de exercício físico na água tornando a resposta mais complexa (MORRIS 1997, citado por CAROMANO e NOWOTNY, 2003).Sabe-se que o sistema cardiovascular reage de formas diferenciadas em situação de imersão, de acordo com a posição adotada, com a ausência ou presença de esforço (e sua intensidade), com o tipo de exercício, com a profundidade da imersão e com a temperatura da água (KRUEL,1994). O exercício físico realizado em meio aquático produz respostas fisiológicas diferentes daquelas relatadas fora deste ambiente, devido ao efeito hidrostático no sistema cardiovascular e à intensificação da perda de calor na água (AVELLINI,1983) ; mesmo em situação de repouso, existem modificações cardiovasculares determinadas pela imersão na água (LINNARSSON,1977).Os efeitos fisiológicos que ocorrem com a imersão e exercício na água têm características bem específicas e diferenciadas dos efeitos fisiológicos que ocorrem em terra. Isso ocorre devido às diferentes forças físicas que o corpo sofre ao ser inserido na água.Essas adaptações fisiológicas diferenciadas estão relacionadas às modificações que ocorrem no sistema cardiovascular, na termoregulação, no metabolismo energético, no sistema nervoso, no sistema endócrino, no sistema renal, no sistema respiratório, entre outros, ou seja, toda a regulação do corpo se altera com a imersão e exercício na água. Diante disso é muito importante que os profissionais de Educação Física estejam cientes do comportamento do corpo humano durante a imersão e exercício na água, para assim proporcionar um melhor atendimento das necessidades de seus alunos.Atualmente o conhecimento específico da água e as adaptações fisiológicas geradas por ela, estão sendo muito pouco utilizados pelos profissionais de Educação Física que atuam com piscina. Os educadores físicos não estão buscando conhecer, de forma adequada, o meio que estão trabalhando, causando uma diminuição da utilização de todos os recursos que a água pode oferecer e também uma utilização errada de exercícios e tratamentos realizados na água, podendo assim não atender as verdadeiras necessidades dos alunos e até gerar algum malefício na saúde do aluno.Os efeitos fisiológicos alterados com a imersão na água estão relacionados com as propriedades físicas da água, como a pressão hidrostática, a viscosidade, o calor específico e a forma como os fluxos de água se manifestam. De acordo com Caromano (2003), imediatamente após a imersão na água, como, conseqüência da pressão hidrostática, 700ml de sangue são deslocados dos membros inferiores para a região do tórax, causando um aumento do retorno venolinfático e ocasionando um aumento de 60% do volume central de sangue. Em relação às alterações da função respiratória, a pressão hidrostática também é a responsável. E estas alterações, de acordo com Caromano (2003), ocorrem de duas maneiras diferentes: pelo aumento do volume central de sangue e pela compressão da caixa torácica e abdômen. Em continuidade, Caromano (2003), cita que a termoregulação durante o exercício na água é diferente do ar, pois o principal meio de dissipação de calor na água é através de condução e convecção, diferentemente do que ocorre no ar, onde o principal meio é a evaporação. Em decorrência disto, o corpo perde mais rapidamente o calor para a água, já seu calor específico é muito mais alto que o do ar.Durante um exercício dinâmico, de leve a moderada intensidade, na água, a maior parte da energia usada para sustentar a atividade física é suprida pelo metabolismo aeróbio. Devido à grande viscosidade da água ocorre um aumento no gasto energético necessário para realizar movimentos e deslocamento. Assim como em água fria ocorre um aumento do gasto energético para sustentar a temperatura corporal (CAROMANO, 2003).A resposta renal à imersão inclui o débito urinário aumentado (diurese) com perda de volume plasmático, sódio (natriurese), perda de potássio (potassiurese) e supressão da vasopressina, renina e aldosterona plasmática. O papel da diurese em imersão é usualmente explicado como um forte mecanismo compensador homeostático para contrabalançar a distensão sofrida pelos receptores pressóricos cardíacos (BOOKSPAN, 200 citado por CAROMANO, 2003).Com isso pode-se observar que de alguma forma as propriedades físicas da água estão relacionadas aos efeitos fisiológicos diferenciados que ocorrem com a imersão e exercício na água. Todas estas modificações e adaptações fisiológicas serão revisadas durante este estudo, assim como as propriedades física da água.

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